São Paulo – O Congresso AutoData Perspectivas 2022 reuniu, em seu terceiro dia, os presidentes das principais empresas fabricantes de motores pesados no País. E eles acreditam que 2022 será um ano de crescimento para o setor, apesar dos desafios da pós-pandemia, da alta da inflação industrial e da falta de componentes.
O debate reuniu Adriano Rishi, presidente da Cummins, Marco Rangel, presidente da FPT, e José Eduardo Luzzi, presidente da MWM. O tom otimista para 2022 foi preponderante: Luzzi mostrou um crescimento forte na produção de motores, de geradores e do mercado de reposição da MWM, com bons números de 2021 com relação a 2020. Por exemplo: na produção de geradores houve crescimento de 140%:
“2021 é um ano que temos de comemorar muito. Está sendo extremamente desafiador. A questão da falta de componentes, de semicondutores, da inflação industrial… É muito preocupante, mas está sendo extraordinário”, afirmou o presidente da MWM, que para 2022 projeta crescimentos de 10% a 20% nas áreas de atuação da empresa.
Na mesma linha Rishi afirmou que ainda não é possível saber como a Cummins fechará esse ano, mas antevê um bom 2022: “Devemos crescer de 10% a 20%”.
Marco Rangel também traçou um panorama da FPT: “A recuperação foi acentuada no primeiro semestre de 2021. Para 2022 esperamos crescimento de 15% a 20%”.
A projeção de bons negócios para o ano que vem anima os presidentes das empresas, mas carrega uma preocupação com gargalos, notou Luzzi: “A demanda deverá ser extremamente elevada e isso será muito bom. A pergunta que fica é se teremos oferta. A questão dos semicondutores ainda será importante até o segundo semestre. É o principal gargalo, uma questão global”.
A Proconve P-8, nova legislação que regulamenta a redução de emissão de poluentes em todos os caminhões a partir de 2023, mas que já altera a produção industrial em 2022, deve gerar impacto nos preços. No entanto não é essa a maior preocupação dos executivos, que apostam nas vantagens que serão alcançadas, como disse Rishi: “Sem dúvida a tecnologia tem acréscimo significativo no pós-tratamento. O ganho está na questão das emissões menores”.
Para Rangel “há impactos, sim, mas com benefícios”.
Quanto às metas de redução de emissões de carbono os executivos acreditam que no País a solução será híbrida. Para Luzzi “o motor por combustão ainda terá vida longa no Brasil porque temos excelentes alternativas à eletrificação: biodiesel, biogás, hidrogênio, etanol… Há várias alternativas além da questão elétrica. Existem nichos para a eletrificação, mas ainda há lugares em que sua aplicação é inviável”.
Rishi acredita que “precisamos ver quais tecnologias fazem sentido para o mercado na questão operacional”.
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