Média dos meses anteriores, segundo a Anfavea, foi de 53 a 54 mil unidades
São Paulo – Segundo melhor mês em vendas do ano outubro contou com uma demanda acima do normal registrada pelas locadoras, o maior cliente da indústria automotiva nacional. De acordo com a Anfavea dos 206,8 mil automóveis e comerciais leves licenciados no mês, alta de 22,6% com relação a outubro do ano passado e de 10,3% sobre setembro, em torno de 75 mil foram comprados pelas empresas de locação. A média, no ano, é de 53 mil a 54 mil unidades por mês.
“O varejo foi relevante, mas as vendas do mês passado foram puxadas pelas locadoras”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em entrevista coletiva na quarta-feira, 8. “As vendas diretas representaram 51% dos emplacamentos.”
No total, somados caminhões e ônibus, as vendas somaram 217,8 mil veículos, crescimento de 20,4% na comparação anual e de 10,2% na mensal.
A média diária chegou a 10,4 mil unidades, superada apenas por julho, em que foi de 10,7 mil veículos impulsionada pelos descontos da MP 1 175: “Estamos nos aproximando da média diária do período pré-pandemia, que estava na casa das 11 mil unidades”.
No acumulado do ano as vendas somaram 1,8 milhão de unidades, alta de 9,7% sobre os dez primeiros meses de 2022. Para Lima Leite o setor caminha para alcançar as projeções, revisadas no mês passado, da Anfavea, de crescimento de 6% nos emplacamentos: “Em dezembro do ano passado tivemos um ritmo muito forte. A tendência é chegar às nossas projeções”.
O presidente da Anfavea chamou a atenção, porém, para o crescimento das importações: em outubro foram 34,2 mil veículos importados emplacados, avanço de 55,4% sobre outubro de 2022 e de 14,3% sobre setembro. Representaram 15,7% do total das vendas.
No ano foram 271 mil unidades, incremento de 27%. A fatia dos importados no total é 14,7%, contra 13% em todo o ano passado.
Segundo o executivo não são apenas os veículos chineses que estão sendo mais importados, embora as 26 mil unidades em todo o ano representem crescimento de quase 400% sobre o ano passado: “Da Argentina foram importados 174 mil veículos, 20 mil a mais do que no mesmo período de 2022. E nossas exportações para lá têm caído”.
Lima Leite minimizou a entrada de veículos da China. Na sua opinião o fenômeno atual, de importação anterior a investimentos em novas fábricas, como a GWM e a BYD, é compreensível e justificável. “O importante é investir em produção no Brasil”.